Luis Felipe Miguel
Talvez as entrelinhas e os silêncios do ministro Luís Roberto Barroso, na sua entrevista de hoje na Folha, tenham significados que só os mais versados nas intrigas do Supremo entendam. Para leitores comuns como eu, porém, a entrevista parece destinada a mostrar para o mundo, uma vez mais, que o Barroso que assumiu o cargo como uma esperança de atuação progressista e esclarecida está morto e enterrado.
São elogios rasgados à Lava Jato, críticas à esquerda "extremamente
conservadora, defensora de dogmas", observações de que o Brasil "caminha para a frente" e que "a responsabilidade fiscal não tem ideologia". A conclusão? "Não há um Estado policial e sim um Estado democrático de direito querendo mudar seu patamar ético e civilizatório".
É o figurino completo do jurista reacionário a serviço do golpe. Barroso é mais cuidadoso com as palavras, mas não seria estranho ver Gilmar Mendes falando as mesmas coisas. Aliás, uma frase da entrevista é tão criativa que parece ter sido soprada por Gilmar: "O iluminismo chega ao poder com Fernando Henrique".
Ainda sobre o Supremo. Ontem, nota no jornal dava conta que o ministro Gilmar Mendes será convidado de honra do congresso do MBL. Não houve nenhum escândalo.
Mas lembro que Edson Facchin perigou de não ser aprovado porque havia apoiado, anos antes, um abaixo-assinado contra a repressão ao MST.
Ainda sobre o Supremo. Ontem, nota no jornal dava conta que o ministro Gilmar Mendes será convidado de honra do congresso do MBL. Não houve nenhum escândalo.
Mas lembro que Edson Facchin perigou de não ser aprovado porque havia apoiado, anos antes, um abaixo-assinado contra a repressão ao MST.