Das crianças sírias ao atentado em Berlim o rastro dos não-acontecimentos
Por que em fotos vemos policiais sorrindo no meio da tragédia da feira de natal em Berlim? De novo, um documento de identidade do terrorista encontrado na cena de um atentado? Outra vez, o autor do atentado era um conhecido pela polícia e agências federais de inteligência. Repete-se o roteiro dos atentados de Boston, Bataclan, Nice e Boate Pulse etc. – as mesmas anomalias, lacunas, ambiguidades, coincidências e sincronismos, sugerindo um tipo especial de “não-acontecimento”: o “meta-terrorismo” – ambiguidades narrativas propositalmente criadas para tornar virais vídeos e fotos. O mesmo acontece com as imagens das supostas crianças sírias vítimas da guerra naquele país. Reforçando a hipótese de que o atentado de Berlim, ao lado da guerra na Síria, faz parte de elaborada engenharia de percepção (não mais “de opinião”) pública – a exploração do emocional para criar um curto-circuito na análise racional e senso crítico.
Assim como os atentados da Maratona de Boston, Charlie Hebdo, Bataclan, Nice, Boate Pulse, também o massacre do caminhão que invadiu uma feira de natal de rua em Berlim começa a apresentar anomalias e recorrências como fossem atos de um roteiro pré-estabelecido (desde os atentados de 2001), repetidos ad nauseam a cada temporada.
Fotos de um policial de Berlim sorrindo no local da tragédia enquanto mortos e feridos eram retirados (rindo do quê?); vídeos feitos por celulares por pessoas na cena da tragédia mostrando uma estranha atmosfera de calma sem sangue, gritos ou desespero; a “inesperada” descoberta do ID do terrorista sob o banco do caminhão de um suposto tunisiano que só não foi deportado recentemente por não ter justamente ID; a rapidez como a mídia definiu o acidente como atentado terrorista, enquanto a polícia alemã levava preso inicialmente um “homem errado” e as autoridades nada tinham de evidências; e assim por diante.
E, claro, mais tarde o ISIS reivindica a autoria do ataque. Afinal, não pode deixar de pegar carona na audiência midiática dos acontecimentos. Podemos
imaginar em um futuro bem breve o ISIS reivindicando a autoria de terremotos e tsunamis, como obras de um Alá radical.
Em outras palavras, o ataque em Berlim é mais um exemplar dos “não-acontecimentos” que atualmente ocupam cada vez mais espaço na pauta da cobertura internacional da grande mídia. Praticamente são vídeo-releases com uma narrativa pronta para ser encaixada no prime-time dos telejornais noturnos – “não-acontecimentos”: conceito do falecido pensador francês Jean Baudrillard (1929-2007). Diferenciam-se dos acontecimentos históricos (“reais”) porque são eventos imediatamente destinados ao contágio através das mídias.
Lembra os tempos de repórter desse humilde blogueiro (tempos em que o Mar Morto estava apenas doente...), em que se chamava de “gilete-press” um tipo de jornalismo preguiçoso que apenas pegava o press-release do assessor de imprensa, recortava, colava na lauda e levava para o diagramador contar o número de linhas e calcular os centímetros por coluna.
Emissoras e portais da Internet no mundo inteiro reproduzem acriticamente as imagens geradas pela grande mídia europeia, sem se ater a sincronismos, recorrências, anomalias, inconsistências, ambiguidades, contradições e toda sorte de lacunas narrativas que tornam esses novos não-acontecimentos enquadrados em uma nova categoria de não-acontecimentos: o meta-terrorismo.
Meta-terrorismo – inconsistências, lacunas e inverossimilhanças deixadas de propósito para conferir ambiguidade aos acontecimentos. Dessa maneira, dando mais poder de disseminação viral pela polêmica entre ficção e realidade. Por isso, a natureza de “constructo” do não-acontecimento associa-se às estratégias de False Flag (Falsa Bandeira) ou Inside Job (Trabalho Interno).
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