Posse de Trump adiará apocalipse nuclear por algum tempo

Nilson Lage

A guerra estava armada para Clinton.

Ainda há duas semanas, mil e tantos tanques de guerra desembarcavam na Holanda com destino às fronteiras russas.

Há 400 (dizem agora; contavam-se em quinhenta se poucas, entre ostensivas e secretas, em todo o mundo) bases militares americanas cercando China e Rússia. Concentração de tropas por toda parte. Um colar de governos conservadores e fascistas, da Polônia à Ucrânia, e de fanáticos religiosos no Oriente Médio. financiados e apoiados pela Otan.

O Acordo TransPacífico visava especificamente mobilizar os países lindeiros para o cerco à China. Ações de propaganda e envolvimento (a gente conhece bem) buscavam ressuscitar o antigo nacionalismo chinês de Chian-Kai-Shek em Taiwan e os movimentos étnicos por todo o planeta chinês.

O avanço sobre a América Latina é parte desse jogo. Falava-se em bloqueio econômico visando a segurança alimentar da China-Rússia-Índia.

Uma insensatez absoluta.

Em um país em processo acelerado de desindustrialização, como os Estados Unidos, a economia está convertida em economia de guerra, girando em torno de orçamentos militares e diplomáticos associados.

Do ponto de vista da psicologia social, ocorre a incapacidade de aceitar o outro, deixar que ele viva - a mesma matriz do ódio a homossexuais, a raças diferentes. a costumes diferentes.

Do ponto de vista econômico, a incompreensão do fato de que os conflitos têm que ser negociados porque são inevitáveis. 

O mundo pode ser global mas diversificado e multipolar. Não o império de uma só cultura, um só modelo econômico, uma só filosofia.

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