Pobre São Paulo, pobre paulista

Alexandre De Oliveira Périgo

Não me causam estranhamento algum as primeiras medidas higienistas do novo prefeito tucano de Sampa.

Pra gente como Dória e seus pares de berço, cidades não são vivas, não pulsam, não têm cores.

Pra gente como Dória e seus sorrisos de plástico, cidades não refletem as agonias, felicidades e expectativas de seus habitantes.

Pra gente como
Dória e suas vestimentas de grife, cidades não merecem ser respeitadas como lar nem como palco da vida e de manifestações artísticas de cada um de seus moradores.

Pra gente como Dória e seus consortes de bem, cidades são meras caixas de papelão a guardar mão-de-obra barata.

Pra gente como Dória e suas famílias de comercial de margarina, cidades são depósitos de carne de segunda, cuja única ocupação digna é enriquecer os patrões enclausurados em bolhas de prosperidade.

É dessa forma que gente como Dória e sua horda de neoliberais pensam e conduzem as cidades: esterilizando-as com o cinza-frustração, castrando-as das cores e da latência da arte urbana para que sigam, inertes e alienadas, focadas em sua única vocação: armazenar infelizes e explorados.

Pobres paulistas e pobres das gentes que imaginam haver um laivo sequer de empatia nos corações desses fascistas.

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