O MUNDO ENCANTADO DOS POETAS
É muito interessante a história da literatura de cordel, esse tipo de folheto, tem um tipo de poema popular. Ele geralmente é exposto para venda, pendurados em cordões feitos de sisal, chamados de cordéis, foi isso que deu origem ao nome desse tipo de folheto.
A entrada da Literatura de Cordel no Brasil foi século Xvlll, mas foi só no século XlX, onde foram feitos e comercializados os primeiros folhetos com características próprias, e foi a época que ele ganhou mais destaque dentro da sociedade. Os temas eram diversos, como são até hoje, tais como: religião, lendas, política, sociedade e muitos outros temas. O cordel tem uma característica própria porque é regional, sendo oriundo da região Nordeste do Brasil, principalmente do estado de Pernambuco. Os poetas geralmente são: autodidatas e filho do sertão nordestino. Qualquer assunto pode virar cordel, porque a improvisação do tema vale muito na hora de se fazer um poema. Esse tipo de literatura tem variações interessantes e merecedor de destaque.
As Xilogravuras, como são chamadas as suas gravuras, representam importante papel no imaginário popular, pelo fato de funcionar como um tipo de divulgação da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais. A literatura de Cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias da região Nordeste do Brasil. Ela é escrita entre rimas e prosas. As estrofes são mais comuns entre oito e dez versos. Esse tipo de literatura começou na idade contemporânea com o romanceiro luso-holandês. Ele aqui no Brasil, em algumas situações, pode ser acompanhado de violas e recitados em praças públicas. Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865 - 1918). Dentre tantos artistas populares que declamavam e faziam cordéis eis aqui alguns: Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré, Téo Azevedo, Zé Vicente, José Alves Sobrinho e tantos outros.
Esse Nordeste tem tantos artistas de cordéis que não dá para se contar nos dedos. Os cordelistas apresentam conteúdo informativo satisfatório para produzirem no imaginário das pessoas, um alerta favorável à inserção de medidas de prevenção e controle da síndrome da imunodeficiência adquirida. Esta maneira de fazer poesia se adaptou a realidade brasileira, e com o passar das décadas, passou a ganhar novas faces. Também inspirou outras formas de arte como o roteiro de novelas televisionadas, como a obra de Dias Gomes: Saramandaia, inspirada no romance de Cordel, Pavão Misterioso. Então vemos que, toda essa gama de cultura que foi injetada dentro do Nordeste e do Brasil, por Portugal, e por tantas outras vertentes, tais como: o índio, o africano, o europeu, o oriental, e tantas outras culturas; isso foi bom demais para a nossa cultura, pois soubemos adaptá-las e deixá-las genuinamente brasileira. E a literatura de Cordel, não fugiu a regra, ela foi adaptada e criada pelo jeito brasileiro de se fazer arte.