247 – Bastante surpreso com a demissão da ESPN, emissora na qual trabalhava há 21 anos e que ajudou a fundar, jornalista José Trajano atribui sua saída à sua atuação política.
Trajano foi um forte defensor de Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, participando de atos em defesa da presidente e denunciando o processo como um golpe.
"Eu acho um pouco estranho nesse momento conturbado do país. Já me chamaram algumas vezes dizendo que seria melhor não falar nada de política", conta ele, segundo reportagem do portal UOL.
"Eu sempre fui envolvido e nunca escondi as minhas preferências políticas. Achavam que pelo fato de eu ser um 'talent', onde eu estivesse eu estaria representando o canal", acrescentou.
"Houve um documento entregue no mês passado dizendo que havia uma norma da empresa que era de não se manifestar politicamente, disseram que era uma norma que veio dos Estados Unidos. Eu não assinei", contou ainda o comentarista esportivo.
Recentemente, ele também se envolveu em uma polêmica na emissora ao manifestar sua opinião ao vivo contra o convite do canal a Danilo Gentili para uma participação especial. Em entrevista ao 247 no início de junho, ele admitiu que o clima na emissora poderia estar "meio assim". "Não é que tá tudo bem, mas também não tá tudo mal", comentou ao jornalista Alex Solnik (leia aqui).
Companheiro por uma década ao lado de Trajano na ESPN, o jornalista Juca Kfouri, que também é crítico do golpe e defensor de Dilma, fez uma homenagem ao amigo em seu blog, mas disse que não cabia a ele "discutir para fora o motivo de empresa para qual trabalho".