Polícia mete o pé na porta do senado e tudo bem?

Cristóvão Feil

Polícia Federal mete o pé na porta do Senado e o invade.

Isso é um fato inédito na República brasileira.

Nem no período mais repressivo da ditadura de 1964/85 houve tamanho ato simbólico de violência explícita no País, contra o Poder Legislativo.

Observem que a PF está autônoma em relação aos seus superiores hierárquicos, que seriam os dirigentes do Ministério da Justiça.

A ação atrabiliária evidencia a existência irrefutável de um Estado Policial de fato.

Com a desmoralização do Senado - pelo menos majoritariamente - durante o processo de golpe contra Dilma, hoje, os senadores que o dirigem estão acuados e acovardados.

Não têm as mínimas condições morais de protestarem ou exigirem o respeito constitucional que mereceriam.

De outra parte, é de estranhar a existência de uma "polícia" própria, no sentido legal da expressão, no Senado Federal.

Qual o motivo de o Senado estar dotado de uma polícia, com quadros de carreira concursados e supostamente legalizados?

Para quê o Senado necessita de polícia própria? A não ser que o Senado dos golpistas - neste meio tempo - tenha alcançado a condição de República independente do Brasil.

Deboche à parte, vejam como se criam hipertrofias institucionais no País, à revelia da vontade popular, e que constituem casamatas de resistência daqueles que conspiram contra a democracia ampliada e de uma República para todos.

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