Igor Fuser
Não é exagero: o Brasil do golpismo está realmente virando uma colônia dos Estados Unidos. Não é só o centro de pesquisas espaciais de Alcântara, no Maranhão, que está sendo entregue ao imperialismo estadunidense pelo desgoverno Temer e se tornará a primeira base militar estrangeira em território brasileiro desde a Segunda Guerra (quando tal presença era temporária e se justificava pelo combate ao nazismo).
Agora temos o caso Embraer.
Essa empresa - o próprio símbolo da capacidade tecnológica e industrial do país - se curvou à exigência do Judiciário dos EUA, onde é acusada de corrupção, e agora terá, dentro da sua sede em São José dos Campos (SP), durante os próximos três anos (!), a presença de um advogado estadunidense encarregado de "vigiar" tudo o que acontece na Embraer, com acesso a todas as informações, inclusive aquelas que, nas práticas empresariais correntes, são mantidas em sigilo.
Não sou eu nem ninguém de esquerda quem está dizendo isso, e sim o jornal O Estado de S.Paulo, insuspeito de nacionalismo. Leia aqui:
"A exigência de um vigilante foi feita pela Justiça americana, que quer ter certeza de que a companhia vai mudar suas práticas e ter regras fortes para evitar novos casos de corrupção. O monitor é pago pela própria companhia e terá acesso total a qualquer documento, qualquer equipamento ou a qualquer pessoa da companhia ou prestador de serviços, sem precisar de aviso prévio."