Após congelar tarifa, Alckmin e Doria reajustam integração além da inflação
ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO EDUARDO SCOLESE EDITOR DE 'COTIDIANO'
ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO EDUARDO SCOLESE EDITOR DE 'COTIDIANO'
Após definirem em conjunto o congelamento da tarifa básica de ônibus, metrô e trens da CPTM em R$ 3,80 em 2017, o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciaram nesta sexta-feira (30) reajustes acima da inflação na integração e nos bilhetes temporais. As novas tarifas passam a valer a partir de 8 de janeiro (domingo).
O congelamento da passagem de ônibus para o ano que vem foi promessa assumida por Doria logo após a eleição, medida que, após um momentâneo mal estar com o governo do Estado, foi seguida por Alckmin –em decisão antecipada pela Folha nesta quinta-feira (29). Nesta sexta (30), o governador citou a crise econômica para justificar a manutenção das tarifas em R$ 3,80.
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A integração entre os ônibus e trilhos (metrô e CPTM) será reajustada de R$ 5,92 para R$ 6,80, um aumento de 14,8% –acima dos 7,25% da inflação projetada para o ano, segundo IPCA.
O Bilhete Único Mensal, criado pelo atual prefeito Fernando Haddad (PT) em novembro de 2013 e sem reajuste desde então, aumentará de R$ 140 para R$ 190, variação de 35,7% –a inflação desde a implementação é de 26,6%. Essa modalidade vale apenas para uso exclusivo de ônibus ou trilhos e é sugerida para quem faz mais de 50 viagens –só no sistema de ônibus, há 455.303 usuários por dia que serão afetados com esse reajuste.
O tíquete mensal que integra ônibus e trilhos (metrô e trens da CPTM) passará de R$ 230 para R$ 300, aumento de 30,4% –a inflação é de 26,6%. Essa modalidade é sugerida para quem usa mais de 44 viagens ao mês.
O Bilhete 24 horas exclusivo para ônibus ou trilhos, que hoje custa R$ 10, passará a R$ 15, variação de 50%. Já a versão que integra os dois modais sairá de R$ 16 para R$ 20.
Acima da inflação, os aumentos nas duas modalidades acima da inflação deixam os bilhetes menos atraentes.
Por exemplo, o Bilhete Mensal exclusivo para ônibus ou trilhos vale a pena para quem faz a partir de 37 viagens. Com o reajuste, o número mínimo ideal passa a ser de 50 viagens. O Bilhete 24 horas vale a pena para quem faz hoje a partir de três viagens –com o aumento, compensará para quem faz a partir de quatro.
Um passageiro que usa a integração ônibus metrô duas vezes ao dia, em 22 dias do mês, gasta hoje R$ 11,84 e passará a desembolsar R$ 13,60.
O prefeito eleito e o governador decidiram extinguir a modalidade semanal do bilhete, uma das bandeiras de Haddad. Segundo anúncio, menos de 0,05% dos usuários aderiram a este sistema.