por Rogério Maestri
O que teremos nos próximos meses e anos é um realinhamento das forças políticas que colocarão a Rússia e a China com muito mais evidência que o arsenal nuclear russo e a grandeza da economia chinesa os confere no mundo atual.
Putin simplesmente deu um baile na titubeante diplomacia Norte Americana que é mais conduzida por paspalhos como o John Kerry que bate de frente contra diplomatas russos profissionais como Sergey Lavrov que tem uma carreira de mais de quarenta anos na diplomacia.
Se, por exemplo, o absurdo de prender mais de 110 espiões no meio de Aleppo fosse ao contrário do que ocorreu, onde desta centena 11 eram oficiais norte-americanos e outra penca de oficiais da OTAN e de Israel, fosse os Estados Unidos que tivessem feito à apreensão teriam feito um enorme espalhafato com a CNN filmando os espiões. Mas simplesmente Putin e a diplomacia russa segurou o nome da maioria, divulgou somente 11 e colocou a diplomacia ocidental aos seus pés.
Este incidente, que junto com a tentativa frustrada de golpistas pró-ocidentais de derrubar o presidente Turco, simplesmente tirou o protagonismo de Norte-americanos e europeus do conflito sírio. Bloqueados por todos os lados, turco, curdo, libanês e sírio e sem os mercenários da OTAN e dos USA para apoia-los, surpreendentemente a guerra da Síria, que todos imaginavam que iria se eternizar parece estar chegando a um fim.
Vitória inequívoca de Putin e da diplomacia russa, que sabem aguardar e quando precisam, entram para ganhar. Já por outro lado, Obama não consegue nem eleger o seu sucessor.
Pois bem, com a Rússia se firmando no oriente médio, a China mais firme na Ásia e na África como nunca esteve o mundo começa a ficar muito pequeno para os Imperialistas Ocidentais.
Nesta nova estratégia o Brasil enredado com todos os problemas internos e com um ministro das relações exteriores que nem sabe direito quem são os Brics (isto deve ser a gozação internacional), esquece por completo que o mundo existe, talvez mais tanto pelo grau de Alzheimer do Chanceler brasileiro, como pela falta de completa e total visão de mundo que todos os golpistas e oligarcas brasileiros têm.
A ignorância deste governo em relações exteriores vai custar caríssima para o país. Vamos estar no lado errado, com posições erradas e sem a mínima noção nem que estamos deste jeito.
A debilidade real e verdadeiramente mental de todos na Cleptocracia do golpe é tamanha, pois pensam que o estado mais importante dos EUA é a Flórida, simplesmente porque eles estão só acostumados a irem fazer compras neste estado e se divertirem na Disneylândia. Também a Suíça era importante, até descobrirem que há leis naquele país e que a lavanderia suíça está cada vez menos importante no país, agora vão expandir os conhecimentos de geografia, entrando no cardápio algumas ilhas inglesas, por exemplo.
Esta debilidade fará que o Brasil fique atrás de todas e quaisquer negociações, salvo aquelas que o Itamarati consiga afastar os golpistas, mas se tiver dinheiro envolvido vai ser impossível. Com a exclusão das negociações, sem antecipação nenhuma a eventos políticos e econômicos internacionais, vamos ficar correndo depois das oportunidades surgirem e com isto a nossa balança de pagamentos tenderá a cair.
Imagino o que vai ocorrer quando alguém impuser alguma restrição a soja brasileira pelo uso de determinado agrotóxico que estará sendo fabricado no mesmo local de onde partirá a restrição. A Bancada ruralista ou vai vender a soja por um terço do preço, ou vai haver suicídios em grupo do Caiado e seus associados.
Ou seja, um Estado sem uma política que leve em conta os aspectos externos, é fadado ao desastre. Seremos pegos de calças curtas da mesma forma que os espiões e mercenários da OTAN foram pegos na Síria, e como os israelenses fizeram, vamos pagar alguns milhões pela devolução de cada oficial.