Luiz Carlos Azenha
O "ENQUADRAMENTO" DE TRUMP
O "ENQUADRAMENTO" DE TRUMP
Quando Barack Obama foi eleito de forma surpreendente, como consequência do colapso econômico mais o fracasso da ocupação do Iraque, o establishment tremeu em Washington. Ele prometia, por exemplo, fechar a prisão de Guantánamo. A pressão começou antes mesmo de Obama assumir e ele indicou Rahm Emanuel, um insider, como chefe da Casa Civil.
As "mudanças nas quais podemos acreditar" foram muito poucas, até porque a oposição republicana agiu como Aécio Neves e sua turma depois da reeleição de Dilma: trancaço completo de qualquer compromisso no Parlamento. Boicote absoluto!
Agora, Donald Trump promete, se necessário, fazer déficit, taxar os bancos e revolucionar a política externa. Ou, ao menos foi assim que se elegeu, com uma plataforma antiglobalização, isolacionista e com foco na criação de empregos nos Estados Unidos.
Porém, basta assistir à CNN para ver como a mídia dos Estados Unidos age exatamente como a brasileira: o foco agora é "enquadrar" Trump, trabalhando para que ele seja cercado por gente do establishment. Para que nada mude muito, apesar do resultado da eleição.
Só tem um jeito de escapar deste papel semi-ditatorial da mídia, exercido com a omissão ou repercussão dos assuntos que não interessam/interessam. Para ver notícias dos Estados Unidos, Russia Today. Para ver notícias da Rússia, Guardian. Para ver notícias da Europa, Al Jazeera. Para ver notícias do Brasil, El Pais ou a nossa blogosfera.