Fernando Rosa com Cristiano Zanin Martins.
O CONTEXTO
Fernando Rosa
O CONTEXTO
Fernando Rosa
O juiz Sérgio Moro insistiu sobre a existência de um “contexto”, em uma das audiências no Enclave de Curitiba. Na falta de qualquer prova contra Lula, ele tenta reinventar a fraude de Joaquim Barbosa – da “teoria do fato”. Alterado, ele chegou ao final da semana sem qualquer acusação, de nenhum dos depoentes, contra o ex-presidente.
Mas, já que o juiz Sérgio Moro alertou sobre a existência de um “contexto” vamos, pela primeira e única vez, concordar com ele. De fato, existe sim um “contexto” que, aos poucos, começa a ficar mais claro para os patriotas que acompanham a Operação Lava Jato. Um cenário que, a cada nova revelação, vai ficando mais suspeito e comprometedor.
Para começar a desenhar o “contexto”, com a palavra o cineasta Oliver Stone, e seu flime “Snowden”, que trata da espionagem dos EUA ao redor do mundo, por meio da NSA – vazadas pelo Wikileaks. Segundo Stone, foram espionados líderes políticos e empresariais e, depois, o resultado utilizado para ações golpes políticos e econômicos. No caso do Brasil, não é de hoje que se fala que a Operação Lava Jato é fruto disso.
A própria Operação Lava Jato, em seu início, contribui para dimensionar o “contexto” com as prisões de Marcelo Odebrecht e do Almirante Othon. Um, o maior empresário do país, cabeça de um setor empresarial responsável por metade do capital produtivo nacional. Outro, antigo alvo da CIA, e responsável pelo desenvolvimento da tecnologia nuclear no país, ou seja, pelo submarino nuclear.
Também colabora para desenhar o “contexto” o caráter seletivo e persecutório da Operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro. Qualquer cidadão sabe que a corrupção é sistêmica, mas o Enclave de Curitiba só tem olhos para delações que atinjam o PT, antes, e agora, o PMDB. A “parceria” com a mídia corrupta, em especial com a Rede Globo, define ainda mais os contornos do “contexto”.
Ainda, no “contexto”, estão as sucessivas viagens aos Estados Unidos, antes ou depois da deflagração de ações contra as principais autoridades nacionais. Também os sucessivos vazamentos de informações para órgãos de imprensa, com claros fins de intimidação. Some-se a isso a terceirização ilegal e “secreta” de acordos de delação com autoridades norte-americanas, contra a Petrobras.
Vale ainda incluir no “contexto” a destruição da infraestrutura, da indústria naval, da construção civil e a ameaça à indústria de defesa nacional patrocinada pela Lava Jato. Apenas a Odebrecht demitiu cerca de 50 mil trabalhadores, e a decorrente crise já produziu o maior desemprego da história. O caos econômico e social do Rio de Janeiro, em particular, também faz parte do “contexto”.
“A Lava Jato terá um saldo negativo que vamos pagar por algumas décadas”, denunciou o procurador e ex-Ministro da Justiça, Eugênio Aragão. Esse é o único e verdadeiro “contexto” existente, pelo qual o Enclave de Curitiba terá de responder perante a história do país, em tempo muito breve. Um “contexto” de agressão à soberania nacional, à economia, à justiça e aos cidadãos.