Equivalente americano dos coxinhas brasileiros |
José Eduardo Mendonça
Nem os aloprados que hoje “governam” o Brasil chegaram ao extremo de colocar ideólogos de extrema direita como Reinaldo Azevedo ou Olavo de Carvalho em postos chaves do governo. Mas foi exatamente isso o que fez Donald Trump, colocando uma pessoa como Stephen Bannon, um guru da direita, no papel de um dos principais mentores de sua agenda.
Bannon é ex-presidente do Breitbart News, um site muito influente e megaconservador, defensor do nacionalismo dos brancos e mesmo do racismo. É uma das pessoas por trás de um movimento que se convencionou chamar de “alt-right”, ou direita alternativa. O termo não é novo, mas começou a ser disseminado com mais força durante a campanha de Trump, tendo já sido usado em sites populares como Fox News, World
Net Daily e CNS News.
Trump, que se distanciou do termo, pode ter tido um papel importante para colocá-lo no léxico conservador.
“Ninguém nem sabe o que é alt-right”, disse o presidente eleito à CNN em agosto. “Francamente, não existe alt-right ou alt-letf. Tudo que defendo é o senso comum”. Mas apenas a menção feita por ele chamou a atenção de mais conservadores.
O termo é um movimento difuso composto principal, mas não inteiramente, de nacionalistas brancos. Estiveram entre os primeiros e mais ruidosos apoiadores de Trump, vendo nele o primeiro candidato na história moderna aberto a ideias sobre a necessidade de proteger a raça branca – reduzindo o número e a influência de afro-americanos, hispânicos, muçulmanos e judeus.
Mas o que o movimento quer dele? Em primeiro lugar, preservar o status dos EUA como uma nação de maioria branca, ao desejar que o presidente siga as diretrizes mais extremas sobre imigração que discutiu, como a deportação de 11 milhões de imigrantes não documentados, e a proibição da entrada de muçulmanos no país, informa o Seattle Times. Com a ajuda de sites frequentados por multidões, como o Breitbart, que teve 86 milhões de visitantes em outubro.