Renato Janine Ribeiro
Ética 1.
O prestigio que cerca o goleiro Bruno - condenado num primeiro julgamento, mas agora aguardando em liberdade um segundo juízo - surpreende?
Mulheres o cercando, gente tirando selfie com ele, propostas de clubes.
Mariliz coloca bem a pergunta:
- Se fosse um crime pequeno (doping), estaria banido para toda a vida do futebol
- Se ele pelo menos lamentasse a morte de Eliza, ou exprimisse preocupação pelo filho...
Não, em vez disso, tudo parece apagado.
Isso é ético?
E quem é menos ético, ele ou quem o prestigia??
Ética 2.
Uns anos atrás, uma moça perdeu o título de Miss Amazonas - e arrancou a coroa da vitoriosa, armou um escândalo e tudo o mais.
Quem é mais famosa? quem levou mais contratos? quem você encontra mais fácil no Google?
O que isso diz sobre a falta de ética, não só da tal, mas das pessoas que a contrataram, a divulgaram, a prestigiam?
Obs - justamente para evitar que a falta de ética continue rendendo dividendos, peço que não seja postado nos comments o nome da Fulana agressora.
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Você fala em ética e há pessoas que pensam que você está falando em leis.
Leis visam a uma certa ordem social. Se você respeita todas as leis, para a sociedade isso é OK.
Ética é mais exigente. Diz respeito a suas motivações para cometer (ou não cometer) determinado ato. Posso obedecer todas as leis mas se for por medo ou por interesse econômico NÃO sou ético.
Difícil isso, não é? Por isso mesmo, é mais fácil evitar a discussão ética. Ou exigir ética só
dos outros. Ou querer uma lista do certo e do errado.
Para uma meia dúzia que comentou meu post sobre o goleiro Bruno, entendendo tudo errado, segue um desenho:
A questão que levantei não é ele estar solto. É ele ser prestigiado. Não é ele ser culpado ou não. É ele nem mesmo lamentar a morte da moça (poderia reafirmar que é inocente) ou o destino do filho.
As pessoas que prestigiam alguém sob forte suspeita ética, o que são, eticamente?
Agora, se ele tem direito a estar solto, não estou discutindo. Nem mesmo se ele é culpado. O que discuto é o que leva as pessoas a serem fãs dele, do Guilherme de Pádua (ver o artigo da Mariliz), enfim, a darem uma enorme banana para valores éticos mínimos como o respeito à vida do outro.
Mais um desenho: mesmo que Bruno, Guilherme e todos sejam inocentes, NÃO ESTOU FALANDO DELES, mas da repercussão social de suas imagens.
Do Blog do Mello:
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A questão que levantei não é ele estar solto. É ele ser prestigiado. Não é ele ser culpado ou não. É ele nem mesmo lamentar a morte da moça (poderia reafirmar que é inocente) ou o destino do filho.
As pessoas que prestigiam alguém sob forte suspeita ética, o que são, eticamente?
Agora, se ele tem direito a estar solto, não estou discutindo. Nem mesmo se ele é culpado. O que discuto é o que leva as pessoas a serem fãs dele, do Guilherme de Pádua (ver o artigo da Mariliz), enfim, a darem uma enorme banana para valores éticos mínimos como o respeito à vida do outro.
Mais um desenho: mesmo que Bruno, Guilherme e todos sejam inocentes, NÃO ESTOU FALANDO DELES, mas da repercussão social de suas imagens.
Do Blog do Mello:
Bruno chegou ao fórum acompanhado de seus dois advogados e o trio tomou um grande susto quando um homem que chegou de moto com uma máscara de cachorro correu repentinamente na direção deles. Profissionais de imprensa e muito curiosos julgaram tratar-se de uma ameaça de atentado, mas o homem queria apenas abraçar o jogador. O mascarado disse que é dono de uma pousada em Santa Luzia e que foi ao local para cumprimentar o goleiro. “Vim para parabenizar o Bruno. Acho que ele já pagou pelo que fez. Mas, se fizer de novo, deveria ficar preso para sempre”, disse o homem, que não se identificou. [ Fonte: Estado de Minas ]