França escolhe no segundo turno entre uma lástima e uma catástrofe

Luis Felipe Miguel

O próximo presidente da França - e torço firmemente para que esse veredito se realize - é uma lástima. Macron é uma combinação, aliás nada rara, de tecnocrata com oportunista. Usa o discurso da antipolítica e da "superação" da divisão entre esquerda e direita, que enfeita com sua juventude e com sua pretensa modernidade, mas no final das contas seu programa é o de sempre, a proteção dos interesses da classe dominante francesa. O personalismo é a marca mais forte, ao ponto de ele ter batizado o partido que inventou para disputar as eleições como "En Marche!": as mesmas iniciais de Emmanuel Macron.

Sempre foi ele, muito mais que Marine Le Pen, a versão francesa de Donald Trump, como disse uma reportagem do jornal inglês (ou eu deveria dizer russo?) The Independent. Nós, daqui do Brasil, podemos acrescentar João Doria e Marina Silva na mistura.

Ainda assim, acho que Mélenchon errou feiamente ao não anunciar de cara seu apoio a Macron. É necessário lembrar que a outra concorrente no segundo turno manifesta uma indisfarçável simpatia pelo nazismo. Macron é uma lástima, mas Marine Le Pen é uma catástrofe.

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