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Valor Econômico
LONDRES - O salário médio dos trabalhadores do setor industrial na China já ultrapassou o de países como Brasil e México e está se aproximando da renda média da força de trabalho na Grécia e em Portugal, segundo levantamento da consultoria Euromonitor publicado neste domingo pelo jornal britânico “Financial Times”.
Considerando os trabalhadores chineses como um todo, a renda por hora é superior a de todos os grandes países da América Latina, com exceção do Chile.
Em relação aos países menos desenvolvidos da zona do euro, o chinês recebe 70% do salário médio. O salário médio por hora na indústria chinesa triplicou entre 2005 e 2016, para US$ 3,60, segundo o Euromonitor.
No mesmo período, o salário no setor industrial no Brasil caiu de US$ 2,90 para US$ 2,70. No México, a queda foi de US$ 2,20 para US$ 2,10. Os dados foram compilados junto à Organização Internacional do Trabalho, à Eurostat (o órgão de estatísticas da União Europeia) e a agências de estatísticas nacionais.
Em seguida, foram convertidos para o dólar e ajustados pela inflação. O custo de vida em cada país não foi levado em consideração.
Os números mostram como a China elevou o padrão de vida de sua população nos últimos anos. Alguns analistas avaliam que ganhos de produtividade poderão elevar ainda mais os salários no país asiático.
Os dados publicados no “FT” também revelam os problemas que enfrentam os países latino-americanos, onde a renda estagnou e, em alguns casos, caiu em termos reais. Na Grécia, o salário médio por hora caiu mais da metade desde 2009, segundo a Euromonitor.
“É marcante como a China fez bem, comparando-se a todos os outros países”, disse Charles Robertson, economista-chefe do banco de investimentos Renaissance Capital, focado em países emergentes. “Ela está convergindo com o Ocidente, quando tantos outros mercados emergentes não conseguiram isso”.