FHC, caixa dois e patrimônio pessoal

Claudio Guedes

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, numa nota divulgada em 03/03, em que defende os tucanos delatados pelos empreiteiros da Lava Jato, que embolsaram muitos milhões de reais, disse:
"Há uma diferença entre quem recebeu recursos de caixa dois para financiamento de atividades político-eleitorais, erro que precisa ser reconhecido, reparado ou punido, daquele que obteve recursos para enriquecimento pessoal, crime puro e simples de corrupção".
FHC no ano que deixou a presidência da República, 2002, comprou um apartamento no Ed. Chopin, no bastião paulistano de Higienópolis. O apartamento tem em torno de 400 m² de área útil, um por andar. FHC declarou que pagou pelo imóvel R$ 1.100.000,00.

Considerando o valor médio do dólar no período, FHC pagou pelo apartamento algo como US $ 330,000.

Quem vendeu o apartamento a FHC foi o falecido banqueiro Edmond Safdié, que foi dono do Banco Cidade.

Ora, ora.

Todos que tem algum conhecimento do mercado imobiliário paulistano, de Higienópolis em particular, sabem que um apartamento do cobiçado Ed. Chopin sempre teve seu preço dolarizado. Transações em reais no pedaço só após o preço do imóvel, em dólares, ser convertido na moeda nacional. E um imóvel no prédio sempre custou algo entre US$ 1,300,000 a US$ 2,000,000 a depender do estado e da decoração.

Então, das três uma: ou FHC é um gênio para comprar imóveis, pois comprou um belíssimo apartamento por menos de 1/3 do seu valor de mercado, ou FHC contou com a generosidade do banqueiro que lhe vendeu uma "galinha morta", ou usou caixa 2 para completar o valor real do imóvel no pagamento ao vendedor?

E você, meu leitor, meu semelhante, o que acha que aconteceu?

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