Jornalismo de guerra parte para o tudo ou nada contra Lula


Luis Felipe Miguel

Dá até preguiça comentar as manchetes dos jornais de hoje. "Lula pediu destruição de provas, diz sócio da OAS", na Folha. O Globo apresenta um bombástico "Se tiver, destrua", em letras garrafais, seguido de "Sócio da OAS revela que Lula o instruiu a dar fim a provas de pagamento de propina ao PT". O verbo mostra que O Globo não tem sequer o cuidado da Folha e já incorpora a versão de Pinheiro na hora: ele não "diz", ele "revela". O Estadão investe em outra linha e destaca, do mesmo
depoimento, também em letras enormes: "Triplex era do Lula".

A denúncia foi feita, precisa ser apurada. Mas cumpre lembrar que é a palavra de um sujeito condenado a 39 anos de prisão que está alterando depoimentos anteriores para conseguir um acordo de delação premiada e, portanto, faz o que pode para agradar à Lava Jato. Cumpre lembrar também que é só a palavra dele, já que até agora não conseguiram produzir nenhuma evidência material das acusações. Só para não deixar nada de fora, lembremos também que há muitas denúncias mais sólidas sobre outros integrantes da elite política brasileira. Então não resta nenhuma dúvida de que a escolha das manchetes se deve exclusivamente à presença da palavra "Lula".

Subscribe to receive free email updates:

Related Posts :